25.8.06

Dia 21 de agosto

Bem, o dia 21 de agosto fez parte de nossas conversas muito tempo, antes da viagem e durante, porque todo mundo quer saber quando se vai, quando se volta...

Pois o dia 21 chegou. A chuva deu um tempo e pudemos ir de bicicleta tranqüilos. Fomos com tempo, desmontamos calmamente os velôs (na verdade só girar o guidon, tirar os pedais e murchar os pneus) arrumamos tudo nos sacos, fizemos a fila e... "Mas o vôo de vocês é amanhã!" "Heeeein?" "He he he, vocês não são os primeiros que fazem isso..." "E também não é a minha primeira vez...!"

Pois é. Na outra vez que fui à Dinamarca fiz a mesma bobagem. O site pra comprar a passagem de dá também as opções 2 dias antes e 2 depois. Aí você escolhe o mais barato e... Bom, da outra vez meu telefone tinha morrido (caído no riozinho de Odense junto comigo, a Susan, o Manuel, o Marcos e outros telefones e a câmera fotográfica e tudo mais que estava dentro da nossa canoinha), eu não tinha mais nem um centavo, minha amiga tinha ido pra casa da avó, meu inglês era pior do que agora e meu curso de shiatsu começava no dia seguinte.

Desta vez só tivemos que mandar uns recados pras nossas amigas dizendo que estávamos com tanta saudade que íamos voltar imediatamente. Foi ótimo. Fomos superbem-recebidos de volta, hihi, e fizemos um jantar pra apresentar a Karen e a Michala. Foi supergostoso!

E no dia seguinte pudemos comprar os chás que tínhamos esquecido e até fazer umas outras comprinhas... ;o)

Mas as últimas fotos vamos ficar devendo enquanto não encontrarmos o memory stick da câmera... Rezem pra que ele esteja na casa da irmã do David... :o(

Helsingør

Ups, me enganei de ordem... Antes de ficarmos deprimidos com o fim das férias, passamos um dos melhores dias da viagem. Era sábado e fomos com a Michala e os amigos até Helsingør, o tal do castelo do Hamlet onde eu queria ir. Fomos de trem com ela e a Stina até a casa da mãe da Karen, onde pegamos o carro emprestado. Eles moram numa casa linda de morrer, num morro (fazia tempo que eu não subia uma escada!!!) com uma sala derramando sobre o mar, um estouro! Muito bonita, com seus cabelos brancos curtinhos, e muito simpática, fala espanhol também. Ela e o marido nos receberam com café, chá e umas pâtisseries (esqueci como chama em português...) maravilhosas. Bem cheias de açúcar. É duro de não engordar na Dinamarca, sô, mesmo pedalando. E pra próxima vez, nos convidaram pra ficar num quarto que eles têm que é como um apartamento separado. Nada mal!

Aqui é o porto onde esperamos os que vieram de carro de Copenhaguen. Uns dias antes tinha tido uma camada de algas de 5 cm, os pássaros até podiam andar na água! E um fedô, piu!!! Mas olhando assim é bonito, né?



Pegamos os carros e fomos pra praia, pra minha surpresa, de areia fina! Parecia uma praia brasileira, hehe. Até consegui entrar na água, mas pra mim tava bem fria, do tipo que mesmo depois de entrar ainda continua frio. E não rola de passar umas horas, é chegar, trocar de roupa na praia mesmo, entrar na água, trocar de roupa e ir embora.

Em seguida fomos ao castelo, com a Karen e os meninos espanhóis.

Não é uma boa foto pra ver o castelo, na verdade... :o)



Helsingør é bem pertinho da Suécia, a gente quase que pode dar tchauzinho pra eles... A Karen me contou que há muuuuitos anos atrás, quando havia guerras entre a Dinamarca e a Suécia, durante o inverno o gelo cobria o mar e os guerreiros podiam atravessar e fazer batalhas no gelo.



Na terra de Hans Christian Andersen, eu não podia deixar de fotografar esses patinhos feios adolescentes...





Com tantas câmeras, fizemos até uma guerrinha:







Depois eles foram embora e como íamos voltar de trem, demos mais uma volta. Um dia maravilhoso, céu azulzézimo! Perto da área do castelo fica uma espécie de mercado, tinha também um palco com músicos e um casal de dançarinos, um ar assim de idade média, se você não for muito exigente... Mas é sem tumulto, assim, com bastante espaço entre as barracas e dá uma idéia de um lugar enorme, como estar num mercado e ainda ver o horizonte, dá uma sensação muito boa.

Tem também vários barcos atracados, alguns com atrações. Vimos um de cossacos da Ucrânia, vestidos a caráter e vendendo artesanato, parecia um barco pirata. Um navio polonês criado por um capitão pra permitir aos jovens viver uma aventura no mar. Não sei bem como funciona, mas pareceu interessante.















Compramos praliné e pegamos o trem, onde fizemos uma sessão de caretas:



Bevar Christiania

Depois do museu voltamos a Christiania, pra comer falafels. Tínhamos ido antes com a Michala, e demos um passeio em volta do lago.

Não sei muitos detalhes, mas Christiania é uma espécie de sociedade à parte, uma experiência de viver em comunidade e liberdade. Começou em 69, quando pessoas do bairro de Christianshavn começaram a forçar a entrada de uma base militar desativada para usar a área como playground ou parque.

Pouco a pouco pessoas começaram a ocupar os antigos edifícios, onde agora tem moradores ou coisas tipo galerias de arte, bares... Outras casas foram construídas, cada um como quis. Então tem casas superbonitas e outras completamente improvisadas. Umas muito criativas, outras mais clássicas.

Em 72 o governo aceitou a brincadeira como uma "experiência social", mas a comunidade teve que continuar batalhando pra existir.

As regras de Christiania são simples: no hard drugs, no rocker badges, no weapons, no violence. O lugar é um refúgio pra pessoas que não se adaptam ou simplesmente não querem viver na tal sociedade dita normal. Um lugar onde se podia viver à sua maneira, desde que respeitando as regras básicas. Agora tá rolando um perigo de extinção porque o governo liberal quer "normalizar" a área, ou seja, destruir...

Um dos lugares mais famosos de Christiania é a "Pushers Street", onde até há pouco tempo as pessoas podiam ir comprar maconha tranqüilamente, como num mercado de pulgas. Não era oficial mas tacitamente aceito. Agora o governo fechou o barraco e o resultado é que a venda virou coisa de bandido e se espalhou por outros lugares da cidade. Tiraram o comércio do pessoal da paz e deram o monopólio pra gangs e traficantes menos flower-power, e que vendem também drogas pesadas. Por conta disso, a polícia faz várias visitas diárias, sempre em grupo, uma coisa ridícula de se ver. Ainda mais num país onde não se vê polícia em lugar nenhum! Só tínhamos visto uns poucos policiais de moto, na estrada, e um carro de polícia em 3 semanas...

Compramos umas roupas numa loja indiana e a dona da loja contou que tá rolando uma lei do terror, que a polícia pode entrar onde quiser, mesmo nas casas, sem mandado. Pra quem tá acostumado com o terceiro mundo não parece nada tão original, né? Mas depois de passar alguns dias nesse país onde você se sente hiperseguro, a gente também fica indignado.

Enfim, o lugar já mudou muito desde os primórdios, mas ainda vale uma visita. Todas as pessoas são bem-vindas e a gente nem se sente turista.

Se você quiser saber mais, veja este texto em inglês que é um resuminho com vários tópicos, bem interessante.



Christiania fabrica bicicletas muito legais. Nessa da foto, o banco fica suspenso nessa faixa preta, onde está pendurado o cadeado, tá vendo? Não experimentamos, mas parece que é bem confortável.



A outra bicicleta típica tem uma espécie de caixa de madeira na frente (na verdade é um triciclo) onde as pessoas carregam os filhos, as compras... É muito bonitinho ver as famílias dentro, mas não tiramos nenhuma foto. Mas veja aqui.

Aqui estamos em um café bem bonito. E esse quadro atrás de mim é bem legal.



Outros museus

Museu do design

Mais divertido na parte muderna, mas tem também coisas velhíssimas, que a gente esquece que alguém teve que fazer o desenho também... :o)
E tem um jardim lindão. A gente entrou, deu uma olhadinha, e quando saímos uma menina estava recolhendo ingressos, perdemos a chance de ficar lá dentro de graça, parece que ia rolar um evento. Ainda por cima tinha um montão de cestinhas sendo preparadas, eu tava louca pra roubar uma pra minha bicicleta...





E este é um museu grande de que esquecemos o nome... Tinha uma mulher tocando piano quando chegamos e vimos uma exposição sobre french drawings mas os artistas não eram todos franceses, não sei se eram desenhos que eles fizeram na França...
Não achamos grande coisa. O melhor são umas espécies de pufs em forma de edredon jogados num canto, onde você pode ficar largadão olhando uns livros ou dormindo... Estávamos meio pfuim esse dia, tipo síndrome do último dia de férias.



Kawai Sensei

Na outra vez em que fui à Dinamarca fui ver o Kawai Sensei em Odense. Desta vez olha quem estava em Copenhague, na cozinha da Karen... :o)

Medusas

Elas também estão pra todo lado, dá pra ver um pouquinho aqui...

Dom Quixote Muderno

Pra todo lado vimos esses moinhos modernos de produzir energia... Às vezes vários alinhados. E quando a gente chega perto são enormes. É bunito.
Em Langeland tem uma fábrica e quando saímos da casa dos nossos anfitriões de lá em 360 graus podíamos ver mais de 10!

Presse-citron

E na lojinha... eis que damos de cara com um produto do nosso amigo Didier, que chique! É esse porta-fotos magnético aí no fundo, muito legal. Pra ver o que mais ele faz, veja o site dele.

Comilanças em København...

Foi a temporada da empada... Depois da empada em Ærø, mais uma (melhor!) que fizemos pra Karen e o Tobias, um alemão que está passando uns meses em Copenhague.
Jantar à luz de velas, como não podia deixar de ser. É um hábito muito gostosinho que os dinamarqueses têm, de sempre acender um monte de velas, principalmente no inverno. E a Karen e o Tobias até fizeram umas dobraduras com os guardanapos :o) ...



Ao fundo não é decoração típica, não. É que o apartamento está em obras. Como também está o da Michala e o jardim do Claus...



Enquanto escrevo o David está assistindo os vídeos da viagem. De vez em quando tem a minha pessoa falando inglês. Santo deus... Tem mais onomatopéias do que palavras, e as palavras na verdade são grunhidos. Virge!

Esta outra comilança foi o churrasco na casa da Michala, hummm... E a descoberta de duas especialidades familiares:

Molho de verão / Summer sauce:
Creme de leite fresco, alho, sal, pimenta do reino, bastante cebolinha e um pouquinho de vinagre. Bom demais! Comemos primeiro com batata chips e depois com a salada do churrasco, nham nham!

A outra é churrasco de banana enrolada em bacon! Delicioso...



Aqui temos, da esquerda pra direita: Roberto, Stina, Karen e David...



E do outro lado, David, Flá, Michala, Carlos.



Fotos de Louisiana

Para ver o museu, o melhor é entrar no site deles... mas vão aqui umas fotinhas nossas...